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20/06/2011

Diários

Eu admito que fui uma daquelas meninas com diários. Primeiro daqueles cor-de-rosa, com um cadeado e uma chave pequenina muito pirosos, depois passei a usar cadernos pretos quando ganhei confiança que ninguém os ia ler (daqueles que todos usamos no secundário). Ainda tenho esses diários lá para casa e um dia destes deu-me para lê-los. Deu para ver que eu tinha uma mente conturbada. Os sentimentos de adolescente eram vividos de forma intensa quando as felicidades eram sempre as maiores do mundo e as tristezas superiores àquilo que qualquer outra pessoa pudesse sentir ou imaginar. Em boa verdade a escrita foi continua a ser e sempre será um grande refúgio para mim. Aqueles diários foram amigos com quem partilhei com 100% de honestidade o que estava a sentir naqueles momentos. A escrita fazia o favor de marcar essa mesma honestidade. Já não podia voltar atrás, estava escrito a caneta. Mas não fazia mal porque sabia que as folhas não me iriam julgar.

Por vezes preferia que este blog fosse 100% anónimo. Digo isto porque alguns amigos e familiares sabem da sua existência e, por muito que tente evitar, acaba por condicionar o que muitas vezes escrevo nem que seja para não os preocupar com sentimentos e deambulações passageiras. Isto porque o intuito deste mesmo blog deveria ser o de um diário virtual. Ser 100% honesta, livre na escrita e tenho perfeita consciência que muitas vezes não o sou. Que escrevo e apago e reescrevo muitas vezes.

Quem me dera ter 14 anos outra vez e escrever como escrevia.

1 comentário:

redordead disse...

entendo-te perfeitamente e nesse caso o 'save as draft' é o meçhor companheiro. Fica escrito, só não publicado.