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03/06/2011

A Florbela Espanca deve ter sido o meu espelho mágico da minha versão surreal da branca de neve *

Sonho que sou a poetisa eleita,

Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho... E não sou nada!...



* É agora estou numa de retornar à adolescencia quando tinha uma panca pela Florbela e os seus poemas e achava que ela os tinha escrito a pensar em mim.

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