Email to

maravilhosodestino@gmail.com

02/04/2012

Para que queres tu um animal, animal?

"Mãe quero um cão" "Pai posso levar este para casa? “Isto foi o que sempre disse à medida que crescia. Sempre adorei animais e sempre lutei para ter um bicho. Na altura os meus pais diziam que não tinham tempo, que a casa era pequena e que "se não se tem tempo ou vida para ter animais, mais-valia não os ter, porque eles são parte da família". Aquilo para mim não era argumento, era uma facada no coração de miúda apaixonada pela bicharada. E, por isso, sentia-me uma incompreendida, injustiçada. Jurei que mal tivesse o meu território teria um bicho meu para tratar. E assim foi. Com a primeira casa tive logo um cão, oferecido pela outra metade que, não por acaso, também é completamente apanhado por animais.

O cão que temos tem vida de rei, aquilo é caminha fofinha, comidinha da boa (nada daquele farelo a 10 Euros 20 kilos...o que acham que é? Farinha com água só pode), caminhadas de manhã e ao fim do dia todos os dias sem exceção num relvado gigante para correr à vontade sem trela, mesmo tendo um terraço gigantesco só para ele com mais de 50 m2. Pensamos nele como membro da família, pensamos nele e tratamos dele com carinho e dedicação. Por vezes é cansativo é certo. Particularmente para o “mate” lá de casa que é quem trata dos passeios diários. Eu vou passear com a fera quando consigo chegar mais cedo de comboio ou quando ando de carro. É nestas alturas que vejo alguns cães nas varandas do prédio onde moramos. La estão eles, coitados, o dia todo a ladrar em 2 metros por 1. Sempre na mesma varanda. Nunca os vejo a passear, a correr. NUNCA. E há dias em que passeio às 8 da noite ou mais tarde e já vejo luzes acesas nas casas e lá continuam os bichos a ladrar nas varandas. Isto já para não falar de uns vizinhos do lado que têm um Cocker lindo, pretinho, num terraço a apanhar sol o dia todo, a quem eu às vezes vou dar umas festinhas nas orelhas a precisar de escova e focinho chorão a precisar de mimo. Tem 2 taças gigantes de água e um dispensador de comida (tipo aqueles de pássaro em que eles vão comendo em baixo e a comida desce). Para um cão? Fiquei burra! Quem educa um cão sabe que o dar a comida é parte da educação do mesmo. É um ritual. Se pensarem de uma forma pragmática dirão: Que mal tem? Tem casa, agua e comida é bem bom! Sim claro que é bom, quem dera a muitos dos bichinhos que andam abandonados no meio da rua, ou até em certas casas que piores que rua são. Agora quem gosta verdadeiramente da bicharada, quem percebe que eles são mais do que objetos, mais que status, mais que uma obrigação não entende esta atitude de maçada. E é nestes momentos em que me deparo com casos como estes que me lembro das palavras dos meus pais e percebo o que eles queriam dizer. Chamem-me freak, chamem-me obcecada, chamem-me o que quiserem é o que penso: acho que algumas pessoas, mesmo tendo todas e mais algumas condições, deviam ser proibidas de ter bichos. Fosse eu a mandar...
Se isto não é amor...

2 comentários:

Bluebluesky disse...

adorei a foto! Que fofo!

Pintas disse...

É o meu bicho sobre os meus pés...:)
Obrigada